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Ruivinha de Marte no colorido clipe de “Passinho da Ruivinha”

Sucesso no TikTok, Ruivinha de Marte lançou na última sexta-feira (3) “Passinho da Ruivinha”. O single é descrito como um “bregadeira funk” e funciona como uma espécie de tutorial para que as pessoas aprendam uma coreografia que já conquistou as redes sociais.

O clipe da música está disponível no Youtube. Ali, ao lado de vários bailarinos, a artista se joga na dança no Beco do Batman, localizado em São Paulo, com roupas que esbanjam personalidade e atitude. Pedro Tonelli é quem assina a direção do projeto.

“Eu amei o clipe. ‘Passinho da Ruivinha’ tem um potencial de viralização imenso e é um som que fica na cabeça. A coreografia é muito fácil também. Espero que os ‘Marcianos’ gostem também”, disse Ruivinha de Marte em nota enviada à imprensa, demonstrando carinho pelos fãs.

Vem conferir:

“Passinho da Ruivinha” marca o primeiro single da parceria entre Warner Music e Love Funk, que é referência no segmento e conhecida por revelar jovens talentos do funk.

Ruivinha de Marte teve o primeiro contato com a música mais de perto quando foi convidada por “Nadson, o Ferinha” para ser a protagonista do clipe “Na Ponta do Pé”. Assim, a amazonense ganhou seguidores e foi aumentando a base de fãs até entrar de cabeça na carreira musical.

Anitta grava vídeo para MTV e confirma presença no VMA 2021

Com um vídeo de perguntas e respostas para a MTV, divulgado nesta quarta-feira (08) pelas redes sociais, Anitta confirmou sua presença no Video Music Awards deste ano.

Na gravação, a carioca falou sobre instrumento favorito, clipe de “Girl From Rio”, rumor de que morreu e foi substituída, músicas em diferentes idiomas, relação de honestidade com os fãs, entre outros temas. No fim, ela garantiu: “vejo vocês no VMA”.

Confira:

Com Doja Cat como apresentadora, a premiação está marcada para 12 de setembro em Nova York, nos Estados Unidos. A cerimônia promete retornar ao modelo presencial, um ano após a adoção de uma edição virtual por causa da pandemia.

A noite promete apresentações de artistas como Lil Nas XOlivia RodrigoJustin BieberCamila Cabello e Kim Petras. Bieber e Megan Thee Stallion lideram a lista de indicados de 2021.

Caetano Veloso e mais de 20 artistas se unem em “Canção pra Amazônia”

Sem fins comerciais, 31 artistas — incluindo Caetano VelosoElza Soares, Gal Costa e IZA — se reuniram para gravar uma música chamada “Canção pra Amazônia”. Lançada no último domingo (5), ela funciona como um apelo pela conservação da maior floresta tropical do planeta e é fruto de uma iniciativa do Greenpeace Brasil em parceria com a Relicário Produções.

A letra foi escrita por Carlos Rennó, que junto com Chico César compôs também a música “Demarcação Já”. A melodia, por sua vez, é de Nando Reis, que também empresta os vocais para o projeto.

A lista de participantes ainda inclui Gilberto Gil, Duda Beat, Agnes Nunes, Anavitória, Arnaldo Antunes, Baco Exu do Blues, Caetano Veloso, Camila Pitanga, Céu, Chico César, Criolo, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Djuena Tikuna, Flor Gil, Gaby Amarantos, Majur, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Nando Reis, Péricles, Preta Gil, Rael, Rincon Sapiência, Samuel Rosa, Thaline Karajá, Vitão e Xande de Pilares.

A gravação levou cerca de sete meses, entre fevereiro e agosto de 2021, porque cada artista gravou um trecho separadamente para minimizar os riscos de contaminação por Covid-19. Como os envolvidos não receberam cachês, os custos envolvidos foram somente para os gastos de produção.

Entre os apoiadores, estão a Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE Amazônia.

O resultado você confere abaixo:

Mateus Carrilho e Gloria Groove anunciam estreia do clipe “Noite de Caça”

Mateus Carrilho e Gloria Groove lançam na quinta-feira (9) o single “Noite de Caça”. A parceria chega às plataformas de streaming às 21h e teve sua capa divulgada há pouco nos perfis dos artistas nas redes sociais.

“Noite de Caça”, conforme comunicado enviado à imprensa, “marca a parceria de dois cantores conhecidos pelo talento e por usarem seu espaço para ampliar as vozes da comunidade LGBTQIA+. Tal encontro resultou em um reggaeton contagiante, que promete não deixar ninguém parado, com clima de flerte, paquera e muita dança”.

A novidade também entrega aos fãs um videoclipe com direção de João Monteiro e cenas ambientadas em uma savana. O conceito relaciona Carrilho e Groove a dois felinos que se encontram e constroem uma atmosfera própria pra viver seu sistema predatório.

Beyoncé faz 40 anos; conheça as músicas mais tocadas no Brasil

Hoje, 4 de setembro, Beyoncé Knowles-Carter completa 40 anos de idade. Uma das maiores artistas do mundo, a cantora, compositora, atriz, produtora e ex-integrante do grupo Destiny’s Child conta com uma carreira guiada pelo sucesso. Para celebrar a passagem, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) fez um levantamento especial sobre as canções mais tocadas da artista no Brasil.

Nos últimos 10 anos, a música mais tocada de Beyoncé no país nos principais segmentos de execução pública foi “Halo”, um dos hits da artista lançado no ano de 2008 e faixa do terceiro disco de estúdio, “I Am…Sasha Fierce”. Essa foi também a canção que mais lhe rendeu direitos autorais no ano passado pela execução no Brasil. No top 3 desse ranking, também ficaram “Crazy in love”, um grande sucesso da artista com a participação do rapper Jay-Z, com quem é casada, e “Irreplaceable”, outra canção famosa da diva norte-americana que faz parte do álbum “B’Day”.

Beyoncé nasceu no dia 04 de setembro de 1981 no Texas, nos Estados Unidos. A maior parte de seus rendimentos em direitos autorais pela execução pública de suas músicas no Brasil foi proveniente dos segmentos de Rádio, TV e Casas de Festas e Diversão, que correspondem a mais de 75% do que foi destinado a ela nos últimos 10 anos. Os valores arrecadados no Brasil são distribuídos pelo Ecad para a associação brasileira que representa Beyoncé e esta, por sua vez, repassa esses valores para a associação estrangeira à qual a cantora é filiada.

No banco de dados do Ecad, a artista tem 234 canções e 1.266 gravações cadastradas. Uma curiosidade do levantamento foi a palavra que mais apareceu em títulos das músicas escritas pela diva: “love” está em 18 títulos das 234 músicas de sua autoria.

No Brasil, a associação de música que representa Beyoncé é a União Brasileira de Compositores (UBC). “Beyoncé é um exemplo de artista global completa, suas performances e lançamentos sempre atraem atenção de um público cada vez maior”, declarou Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC.

BeyGood, Grammy e futuro

Este ano marcou algumas interações da artista com o Brasil através da organização BeyGOOD. Além de celebrar o aniversário de Elza Soares e homenagear o humorista Paulo Gustavo, que foi grande fã da estrela, a cantora impulsionou uma campanha contra a insegurança alimentar no país.

No Grammy 2021, a cantora se tornou a artista feminina que ganhou mais troféus na história da premiação. Ao sair vencedora em quatro categorias na edição, ela somou 28 vitórias e passou o recorde de Alison Krauss. Ao levar o gramofone de ouro de Melhor Performance de R&B com “Black Parade”, que consolidou o marco histórico, a diva fez um discurso poderoso. Confira:

“Como artista, acredito que faz parte do nosso trabalho refletir a nossa época. Tem sido muito difícil. Quero erguer, animar, incentivar reis e rainhas negros e negras que inspiram o mundo e me inspiram. Trabalho desde os 9 anos de idade e essa noite é mágica. Minha filha está me assistindo, minhas duas filhas e meu filho. Blue, você também ganhou um Grammy! Estou orgulhosa, estou orgulhosa de ser a mamãe de todos vocês”

E a estrela já tem planos concretos para o futuro. Os fãs que estão ansiosos pelo sucessor de “Lemonade” e “The Lion King: The Gift” podem se animar: Beyoncé pretende lançar novas canções em breve. Em entrevista à revista Harper’s Bazaar, ela detalhou o atual processo de produção musical: “Estou no estúdio há um ano e meio. Às vezes, leva um ano para eu pesquisar pessoalmente em milhares de sons para encontrar o bumbo ou caixa certa. Um refrão pode ter até 200 harmonias empilhadas”, relatou.

Ela continua: “Depois de 31 anos, [a experiência] é tão emocionante quando quanto eu tinha nove anos”, explica. “Muitas vezes, eu era a única garota negra, e foi então que comecei a perceber que tinha que dançar e cantar duas vezes mais forte. Eu precisava ter presença de palco, inteligência e carisma se quisesse vencer”, relembrou ela, que, aos 10 anos, já tinha gravado pelo menos 50 ou 60 músicas em estúdio.

Ao fim da conversa, ela refletiu sua jornada: “Passei tantos anos tentando me aprimorar e melhorar tudo o que eu fiz, que estou em um ponto no qual não preciso mais competir comigo mesma”, comentou.

Confira o ranking das músicas de autoria de Beyoncé mais tocadas no Brasil nos últimos 10 anos nos principais segmentos de execução pública (Rádio, Sonorização Ambiental, Casas de Festa e Diversão, Carnaval, Festa Junina, Show e Música ao Vivo):

1. Halo | Autores: Ryan Tedder / Beyoncé / Bogart

2. Crazy in love | Autores: Beyoncé / Eugene B Record / Jay Z / Harrison Richard C

3. Irreplaceable | Autores: Espen Lind / Bjorklund Amund / Beyoncé / Ne Yo / Eriksen Mikkel Storleer / Tor Erik Hermansen

4. Sweet dreams | Autores: Rico Love / Jealous J / Beyoncé / Wayne Wilkins (Gb)

5. Ego | Autores: Beyoncé / Harold Spencer Lilly Jr / Elvis Jr Williams

6. Single ladies (put a ring on it) | Autores: Tricky (Us 1) / Kuk / Beyoncé / The Dream

7. Perfect duet | Autores: Beyoncé / Ed Sheeran

8. Beautiful liar | Autores: Beyoncé / Eriksen Mikkel Storleer / Tor Erik Hermansen / Amanda Ghost / Ian Dench

9. Formation | Autores: Kid Krunk / Beyoncé / Mike-Will / Pluss / Caliboy Da Wiz

10. Telephone | Autores: Lady Gaga / Shaboogie / Beyoncé / Lazonate S Franklin / Black (Us 7)

11. Say my name | Autores: Shaboogie / Fred Iii Jerkins / Beyoncé / Kelly Rowland / Letoya Luckett / Latavia Roberson / Black (Us 7)

12. Get me bodied | Autores: Beatz Swizz / Sean Garrett / Beyoncé / Knowles Solange Piget / Angela Renee Beyince / Makeba R Riddick

13. Partition | Autores: J Roc / Beyoncé / Dean Michael George / The Dream / Timbaland / Key Wane / Justin Timberlake

14. 7/11 | Autores: Detail / Beyoncé / Adrian Brusch / Chill Pill

15. Dance for you | Autores: Tricky (Us 1) / Beyoncé / The Dream

16. The girl is mine (ft Destiny’s Child & Brandy) | Autores: Shaboogie / Ninth Wonder / Fred Iii Jerkins / Beyoncé / Sean Garrett / Kelly Rowland / Japhe Tejeda / Donald (Us 1) Davis / Jeremy David Skaller / Eddie Robinson / Angela Renee Beyince / Black (Us 7) / Brandy Norwood

17. Survivor | Autores: Knowles Matt / Beyoncé / Dent

18. Rise up | Autores: Jesse Woodard Iv / Sia / Chauncey A Hollis / Beyoncé

19. Hold up | Autores: Nick Zinner / J Tillman / Doc Pomus / Beyoncé / Mnek / Antonio Randolph / Emile Haynie / X Melo / Karen L Orzolek / Diplo / Yeah Yeah Yeahs / Shuman Mort / Ezra Koenig / Kevin Mcconnell / Boy Tell Em Soulja

20. Upgrade u | Autores: Beyoncé / Sean Garrett / Jay Z / Knowles Solange Piget / Makeba R Riddick / Clarke (Usa 1) Willie / Angela Renee Beyince / Clarence Reid

Luísa Sonza lança lyric video de “2000 s2” com inspiração visual

Luísa Sonza continua a todo vapor com a era “Doce 22”. Ela acaba de divulgar o lyric video de “2000 s2”, apresentando referências a Britney Spears em seu figurino.

Confira:

A inspiração na diva pop foi revelada meses atrás com a divulgação das fotos promocionais de “2000 s2”. Apesar da faixa trazer elementos sonoros atuais, Sonza mergulha na estética visual dos anos 2000, explorando sua memória afetiva.

Relembre:

 

Além de “2000 s2”, “Doce 22” reúne outras 13 faixas. Disponível nas plataformas digitais, o álbum traz parcerias com LudmillaAnittaPabllo VittarJãoLulu Santos6lack e Mariah Angeliq.

Juliette lança primeiro EP da carreira; vem ouvir as seis faixas

Juliette acaba de estrear sua nova fase de vida. Depois de conquistar milhares de fãs e vencer o Big Brother Brasil 2021, ela se apresenta como cantora ao lançar seu aguardado EP autointitulado na noite desta quinta-feira (02).

Como prometido, o primeiro projeto musical da paraibana reúne seis faixas. A tracklist é composta por “Bença”, “Diferença Mara”, “Doce”, “Sei lá”, “Benzim” e “Vixe que Gostoso”, desenvolvidas por um time de produtores e compositores como Anitta, Dann Costara, Zé Neto, Mãozinha, Umberto Tavares, entre outros.

A direção artística é do premiado Giovanni Bianco. Ele é conhecido por trabalhar ao lado de grandes nomes nacionais e internacionais, como Fernanda AbreuMarisa Monte e Madonna.

“Juliette” estreia como recordista após contabilizar 600 mil pre-saves nas plataformas digitais, sendo 222 mil delas apenas no Spotify. O número é dez vezes maior do que a marca anterior, pertencente a Luísa Sonza com o disco “Doce 22”.

Ouça:

Além do EP, Juliette também celebra a capa da Vogue Brasil. Na entrevista, ela aborda os assuntos que permeiam sua vida desde antes da participação no BBB até o período pós-fama.

Veja:

Entrevista com Gaby Amarantos

O ciclo criativo de Gaby Amarantos manteve-se resistente aos charmes da indústria. Depois de quase uma década da estreia de “Treme”, disco que lhe abriu portas e hoje é sinônimo de pioneirismo, a cantora e apresentadora paraense expande a própria bagagem em um projeto que exalta o feminino e a sabedoria, além de agregar novos sons.

As 13 canções escolhidas têm produção do amigo Jaloo, grande companheiro de jornadas criativas a bordo de um barco no Rio Tapajós, na Amazônia, e carregam um desejo de revelar facetas de um Brasil profundo, com criadores de diferentes áreas e gerações que dividem um só sonho: pensar o futuro e o pop de formas plurilaterais.

Além de AlcioneDona Onete e Elza Soares, que participam da faixa de abertura (“Última Lágrima”), cantam ainda Ney Matogrosso e Urias (que dividem os vocais em “Vênus em Escorpião”) e Liniker, que agora em carreira solo abre os trabalhos do projeto oficialmente com o single “Amor Para Recordar”.

Abaixo, você lê uma entrevista com a artista em que ela reflete sobre a música das periferias, efemeridade e a natureza enquanto fonte de arte.

***

Papelpop: A faixa de abertura do disco traz a participação de Alcione, Elza Soares e Dona Onete, três das maiores artistas brasileiras, todas com trajetórias igualmente relevantes. Por que reverenciá-las agora?

Gaby Amarantos: Nós estamos em um momento em que precisamos lembrar de reverenciar as mulheres mais velhas. Elas, Alcione, Elza e Dona Onete, são pra mim a santíssima trindade da música brasileira. Estamos num país que vive tanta coisa nos últimos tempos, precisamos devolver arte e beleza, encantamento. Precisamos lembrar o quanto esse país é incrível, cheio de gente nova e gente velha criativa. Eu abro com três cantoras de 70, 80 e 90 anos e acho que isso simboliza bem o quanto o todo é muito sobre mulheres. Mas se você percebe atentamente, os homens que convidei pra cantar também tem o lado feminino aflorado, tudo em sintonia com a nossa concepção.

Isso me lembra o quanto ‘Rio’, única composição que você assina sozinha nesse LP, desvenda essa posição da água como elemento feminino. O que a natureza pode nos ensinar sobre isso?

A água, como você mesmo disse, é o elemento do ‘Purakê’. Quando a gente fez uma espécie de árvore genealógica, de cronologia do disco, entendemos a importância disso porque a Amazônia, em si, é água. A gente tem um estereótipo de que ‘a floresta é o pulmão do mundo’, mas na verdade ela é o que umidifica o planeta. Ela é o rio flutuante invisível que nem sabemos que está lá, mas que exerce uma função vital de chuvas que abastecem. Quando se viaja de avião e você tem o privilégio de voar sobre a Amazônia, você olha pra baixo e vê várias veias, vê essa floresta de água que é a nossa rua, que é o feminino da Amazônia. O rio, sendo ainda mais clara, é o órgão genital feminino da floresta. Eu precisava muito falar sobre esse lado da floresta, que temos que valorizar. Aqui e na floresta o rio desperta um estado meditativo, que nos convida a respirar.

O clipe de “Amor Para Recordar”, com Liniker, homenageia as mulheres ribeirinhas. O que significa, do ponto de vista artístico, valorizar culturas locais como essa, invisibilizadas?

Esse vídeo me emociona muito porque quando a gente fala dessas populações, dessas minorias, a gente fala do povo negro, indígena, quilombola, e a gente esquece do povo ribeirinho. E a gente precisa colocá-los na pauta. Meus pais são ribeirinhos, eu vivi uma infância ribeirinha, meus avós eram, toda a minha árvore genealógica até onde eu sei. É uma galera que tá lá no meio da floresta amazônica vivendo e às vezes sem estrutura. Você tem que remar 5h pra chegar num hospital, 2h pra chegar numa escola. Isso quando tem um barco escolar… É uma vida linda, mas muito sofrida também. Quis trazer isso pras pessoas, convidá-los a aprender juntos.

“Purakê”, aliás, é um título bastante peculiar, que se conecta de forma uniforme com todas as referências que você traz. Líricas, visuais…

Sim. O purakê é um peixe elétrico pré-histórico que tem uma eletricidade natural de 500/850 V. É uma eletricidade da natureza, criada pelo altíssimo. Queríamos falar sobre um tipo de choque que está presente em todas as músicas, mas que não é frenético. São canções que como a força dessa corrente vão avançando pelas veias, pelos órgãos. O disco faz pensar, querer beber, bater a raba, sentir o caos, mas de uma forma muito gradativa. É uma eletricidade que provoca um mix de emoções e que traduz a essência desse peixe, dessa mulher-peixe amazônica que é árvore e uma afro-indígena que está no futuro. Por isso temos essa capa tão forte. Foi pensado com muito cuidado, principalmente porque procuro ouvintes que queriam arte pra ficar, que tenham paciência de ouvir, de assistir e se deixarem ser impactados. Essas são as pessoas que eu procuro. Tudo bem existir aí fora uma efemeridade, mas ainda precisamos dessa arte.

Você levou 9 anos pra apresentar um disco de inéditas. Se sentiu cobrada a ter um ciclo criativo mais curto?

Nossa, pra caralho. E ainda houve boatos de que eu estava na pior [risos]. Esse segundo disco vem pra mostrar que estou no momento certo, que esperei um momento oportuno. Jaloo e eu pensamos muito no que queríamos fazer. Pegamos um barco e fomos pra uma imersão no meio da floresta onde passamos um tempo compondo músicas, ficamos 3 dias em locais absolutamente incomunicáveis. Sempre pensando em fazer trabalhos pra tocar, impactar. Também acho que o álbum está muito em voga, as pessoas querem viver uma experiência profunda. E é justamente o que quisemos oferecer.

O amor, enquanto tema, perpassa todo o disco e se entrelaça à tecnologia. Ficou mais difícil falar de amor nos tempos modernos? As complexidades são outras?

Todo mundo quer amar. Esse papo furado aí de desapego e não sei o quê… no fundo tá todo mundo sofrendo, querendo encontrar alguém e com medo de admitir. Não acredito que o amor vai sair de moda, as relações, sim, mudaram e estamos vivendo um processo de encontro ao amor próprio, principalmente pras mulheres. A gente que é mulher entende que pra amar outra pessoa tem que estar bem consigo mesma, tem que curtir a nossa própria companhia, fazer uma viagem só, passar um tempo só e se amar ao ponto de poder amar outra pessoa. Eu gosto mesmo é de amar, de ir pra rua, como diz a música que lanço com Ney e Urias. ‘Eu vou pra rua sentindo o vazio’ [Gaby canta]. Não boto culpa no tempo, no carma, nem no signo de escorpião. Eu quero amar cima de qualquer coisa. E ‘Amor Para Recordar’ reflete o amor de outra forma, pensando que podemos ter perdido alguém ou que nos distanciamos desse alguém. É preciso pensar os vários amores e entender que eles nos ensinam. Quando você entende isso, isso vira uma chave. Já tive muito boy lixo, mas todos eles me deixaram algo, me fizeram uma Gaby melhor.

O disco não tem foco no technobrega, mas você faz questão de empregá-lo em uma parceria com Leona Vingativa e Viviane Batidão. Em um dos versos você canta “Abre a roda que o technobrega é foda”. Que protagonismo o gênero tem hoje no pop nacional? Sente que as pessoas o respeitam mais do que há dez anos, por exemplo?

As pessoas estão começando a entender mais e é muito bom ter gente como Pabllo Vittar gravando esse som ou trazendo referências disso, não só nesse disco [Batidão Tropical, 2021], mas nos outros também. O Rodrigo Gorky, produtor de Pabllo, saca muito desse movimento, trabalhou as canções e discos de Banda Uó no passado… Nesse mesmo rolê você vê o que acontece ainda com o bregafunk, em Recife, outro estilo que nasceu do technobrega, que é pai de todos esses estilos eletrônicos que estão em diálogo. Bem, no lugar que me cabe eu me sinto um pouco mãe disso tudo, fico orgulhosa e quero mais é que as pessoas conheçam, quanto mais tiverem acesso e conhecerem, grandes artistas vão ser despertados. Lembro sempre de Aretuza Lovi, que todas as vezes em que me encontra diz que sonha em gravar um disco inteiro só com músicas do gênero. Os Pet Shop Boys gravaram um technobrega tempos atrás, produzido por DJ Valdo Squash. Eu, por outro lado, não quis fazer um disco só com esse ritmo, eu precisava mostrar que a Gaby vai além, mas por outro lado ele marca presença ali numa faixa muito potente, que você cita. Assim como Caetano Veloso diz que ‘A bossa nova é foda’, eu precisava dizer a mesma coisa sobre o technobrega, o quanto ele é foda. Futuramente, espero que esse esforço me permita dizer o quanto isso veio do Pará, da periferia do Pará, e pode conquistar o mundo. O funk teve esse mesmo potencial e acredito que esse processo acontece em ondas sonoras, em um banzeiro. As pessoas vão ouvindo devagar e não temos pressa. Tudo acontece na hora certa.

E é um processo igualmente inspirador pros jovens criadores, você mesma acabou de citar essa geolocalização do gênero na periferia, onde a maioria esmagadora de quem faz e reverbera…

Exato. Quero que todos gravem, bebam na fonte, é super importante. Só quero que deem os créditos pro meu Pará [risos]. É pra espalhar, agora é do mundo, não é só nosso mais.

Lembro de você lançando o seu primeiro disco conquistando um espaço àquela altura pequeno na TV e nos rádios, e hoje você tem uma trajetória respeitável. Apresenta um programa, foi tema de novela, ocupa uma cadeira do The Voice… Qual é a sensação de ter aberto portas pra tanta gente?

É uma sensação de devolução. Também tive que pessoas que abriram portas pra mim. Lembro que uma vez estava numa situação muito ferrada de grana, grávida, precisando trabalhar e aí fui bater na porta de uma pessoa que sempre me pediu pra não dizer o nome, mas que tinha uma loja de informática. Eu precisava de um computador pra produzir as minhas próprias músicas e ele disse ‘Vou te dar um computador, mas você vai devolver e fazer o bem por outra pessoa. Vai passar isso adiante’. Então, hoje me sinto fazendo isso, mas também estando presente no movimento e usufruindo. Eu também sou muito beneficiada por ser essa voz, essa matriarca, embora seja alguém jovem, igualmente. Alguém que faz parcerias com pessoas como Urias, Viviane Batidão, ao mesmo tempo em que também converso com a geração de Ney Matogrosso, Elza Soares… Sinto que colho frutos que nós plantamos juntos. Só não posso dizer também que fiz sozinha, tenho uma equipe maravilhosa.

Sente que o público ainda vê os sons da Amazônia, os sons do Norte, como algo exótico?

‘Purakê’, de certa forma, quebra um pouco disso. Sei que todo mundo espera um álbum com technobrega do início ao fim, ou que só tenha tambor e maracá. Mas todos que ouviram até agora se surpreenderam com a modernidade do som, um som que tá em 2050. Essa é uma proposta que o ‘Treme’ também teve quando surgiu. Esse novo projeto apresenta estilos musicais que nem eu sei nomear, nem Jaloo [produtor] sabe dar a devida nomenclatura. Tem tanta coisa nova que as pessoas vão se perguntar o que inventamos, que batidas são aquelas. Acredito muito nessa Amazônia que está à frente, que tem vanguardistas, que pensamos na Amazônia e nessa sonoridade contida ali. É um álbum visual que se inspira muito no ‘Dirty Computer’, da Janelle Monáe, no ‘Black Is King’, da Beyoncé, porque a gente produziu um conteúdo com animações e intervenções feitas por artistas da periferia paraense. Os figurinos também foram feitos por artistas e criadores de lá. O álbum não é pra ser ouvido, mas sim visto. Sugiro que quem assista todos os conteúdos que vamos lançar pare e use uma luz baixa, pegue seu vinhos e drinks. Quem sabe uma cadeira pra sentar? E depois que tudo começar, que as coisas caminharem, se levante e dance.

***

“Puraké”, o novo disco de Gaby Amarantos, já está disponível em todas as plataformas de streaming.

Lil Nas X: tracklist de “Montero” com participações especiais

Como prometido, Lil Nas X liberou a tracklist do primeiro álbum da carreira, intitulado “Montero”, nesta quarta-feira (1º). No total, o projeto conta com nada menos que 15 faixas, incluindo participações de grandes nomes da música.

Entre as canções, estão parcerias com Elton JohnMiley Cyrus, Megan Thee Stallion e Doja Cat. O disco, obviamente, ainda conta com “Montero (Call Me By Your Name)” e “Industry Baby”, lançadas recentemente pelo Lil Nas X.

Segundo o artista, a criação do álbum foi como uma terapia. “Eu aprendi a deixar de tentar controlar a percepção das pessoas sobre quem eu sou, o que posso fazer e onde estarei. Percebi que a única opinião minha que realmente importa é a minha”, disse ao anunciar o projeto.

O lançamento, vale lembrar, está marcado para 17 de setembro. Já marcou na agenda?

Vitor Araújo estreia novo EP e cria selo voltado para experimentos musicais

Vitor Araújo celebra nesta quarta-feira (1º) o lançamento do EP “M-I”. Este é o primeiro de uma série denominada “Mercúrio”, construída a partir de parcerias traçadas pelo pernambucano com artistas oriundos de variados universos musicais.

Em “M-I”, Vitor reúne seis faixas com participações do DJ e produtor brasiliense JZL, das bandas paulistanas Hurtmold e Rakta, dos músicos cariocas Thiago Nassif e Bella, do artista sonoro baseado em Berlim ALADA e do DJ africano Diaki.

Com os colaboradores, o pernambucano propõe caminhar tortuosamente por concepções sonoras distintas. Eles formam assim uma miríade de referências musicais conflituosas entre si.

Ouça:

“Mercúrio” vai além dos EPs, abrangendo um selo criado e gerido pelo próprio Vitor. M/FM, pensado para servir como cano de escape de produções mais experimentais, se configura como meio de exposição de seus processos criativos.

O selo conta com uma plataforma de streaming própria, a mercurio.live, para o público. Apesar dos lançamentos musicais previstos para 2021 e 2022 serem de Vitor Araújo, o projeto tem a intenção de lançar trabalhos de outros artistas no futuro.

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