Saiu! O tão aguardado videoclipe da parceria entre Coldplay e Selena Gomez foi lançado oficialmente na tarde desta segunda-feira (7). Com uma estética toda em preto e branco, o encontro lúdico entre os artistas é marcado por uma luta contra o desapego, também ilustrada na música.
Confira:
A super produção tem direção assinada por Dave Meyers. “Let Somebody Go” é mais um single do mais novo disco da banda britânica, o “Music of the Spheres”, lançado no final do último ano. Com 11 faixas, o disco ainda carrega a canção “My Universe”, parceria com o grupo coreano BTS.
A banda Coldplay desembarca no Brasil 11 anos após se apresentar no Rock In Rio, festival em que irão performar no Palco Mundo do festival em setembro deste ano, completando o line-up já formado por Dua Lipa, Justin Bieber, IZA, Avril Lavigne, Bastille e Camila Cabello.
Pelas redes sociais, Emicida anunciou na tarde desta sexta-feira (04) o seu retorno aos palcos. Nos dias 18 e 19 de fevereiro, no Sesc Santos (SP), o artista retoma a turnê de “AmarElo”.
A venda online de ingressos começa no dia 15, às 14h, enquanto a venda presencial fica disponível no dia seguinte, a partir das 17h. Já no show, as pessoas com mais de 12 anos devem apresentar o comprovante de vacinação contra Covid-19.
Vale lembrar que “AmarElo” é o aclamado álbum lançado em 2019. O projeto gerou um concerto em novembro do mesmo ano, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, cuja gravação foi disponibilizada nas plataformas digitais e na Netflix em 2021.
A tracklist conta com a faixa-título “AmarElo”, “A Ordem Natural das Coisas”, “Quem Tem um Amigo (Tem Tudo)”, “Eminência Parda”, “Pequenas Alegrias da Vida Adulta” e mais sucessos.
Entre os lançamentos musicais desta sexta-feira (04) está “Ritmo Agressivo”, a aposta do verão de Kevin O Chris e Leo Santana. A parceria conta com a produção de Rafinha RSQ, já considerado especialista em misturar ritmos populares do Brasil.
O som embala o verão de 2022, apesar da falta da tradicional festa de rua do Carnaval. O GG e o grande representante da vertente do funk 150 BPM prometem então agitar o público da Bahia ao Rio de Janeiro com trends nas redes sociais.
“Sempre fui muito bem recebido na Bahia, e o Léo Santana é um artista que admiro demais. Todo mundo sabe que adoro essa mistura de ritmos e esse é mais um som que vai trazer muita alegria e dança pra pista”, garante Kevin O Chris em nota.
Ele complementa: “Não teremos o Carnaval como a gente gostaria, mas vamos trazer um pouco da energia dessa festa linda nessa música para geral curtir como puder”.
“Chama Meu Nome“, álbum de estreia de Pedro Sampaio, já está disponível nas plataformas digitais. Lançado na noite de quarta-feira (2), o projeto chegou acompanhado de registros audiovisuais das faixas inéditas.
Com onze faixas, o disco inclui faixas conhecidas como “Galopa”, “No Chão Novinha”, parceria com Anitta, e “Atenção”, colaboração com Luísa Sonza. A lista de colaborações ainda conta com KVSH, Ferrugem, Mateca, Zé Vaqueiro, Mc Pedrinho, Mc Don Juan e Mc Jefinho.
“Espero que vocês tenham uma experiência maravilhosa ouvindo cada musica!”, disse o músico nas redes sociais. “Quero aproveitar pra dizer que só você sabe o tamanho do seu sonho, não tenha medo de se jogar, talvez só tenha essa chance, não deixe ela passar!”
Com menos de 24h de estreia, o projeto se tornou o álbum pop brasileiro a chegar mais rápido aos 200 milhões de streams no Spotify. Dessa forma, “Chama Meu Nome” se torna o terceiro projeto do gênero a atingir a marca nesta década, seguido de “Doce 22″, de Luísa Sonza”, e “111”, de Pabllo Vittar.
Os Gilsons escolheram 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, para o lançamento de “Pra Gente Acordar“, álbum de estreia do trio. O projeto de nove faixa inclui os singles “Proposta” e “Duas Cidades”, lançados anteriormente, com produção de José Gil.
O trio José, João e Francisco Gil, respectivamente filho e netos do grande patriarca da família e mestre da MPB, traz composições em parcerias com nomes como Clara Buarque, Julia Mestre, Mariá Pinkuslfeld e Carlos Rennó, entre outros.
Visualizers de todas as canções foram divulgados em conjunto do lançamento. Abaixo, assista aos vídeos de “Voltar à Bahia” e a faixa que leva o nome do disco:
Rennó, que assina a apresentação do álbum, aborda a escolha do título do LP no texto:
“O nome expressa aquilo que o trabalho atesta ser a vocação do trio nesse momento: espalhar uma mensagem auspiciosa de confiança numa nova manhã e celebrar as coisas principais que suas canções transmitem e que são recorrentes nos versos: o amor e a luz; as viagens e os encontros; enfim, o mundo – a se conquistar pelo amor, a que se entregar sem medo”
Nesta quarta-feira (02), Giulia Be divulgou o making of do videoclipe de sua mais recente música de trabalho, “show”, lançada em dezembro de 2021. O registro foi dirigido pela própria artista, que teve uma entrevista da Taylor Swift como inspiração para a faixa.
Mostrando o processo de gravação de cada cena do videoclipe, além dos bastidores, Giulia mostra ao público suas facetas como artista e mostra aos fãs o que há por trás do set de filmagem e dos looks que vestiu.
Dá uma olhada:
Como dito anteriormente, o projeto foi dirigido pela própria cantora, que se inspirou em cenas de “Ghost”, filme dos anos 90. A composição também é assinada pela mesma em parceria com seu irmão, Danyel.
Os próximos passos de Giulia já estão definidos. Ainda em fevereiro, a cantora irá lançar o single “2 PALABRAS”, cantado em espanhol. Dirigido pelo colombiano Harold Jimenez, a artista irá dividir cenas com o ator Rômulo Neto no videoclipe que chega seguido ao lançamento.
Laura Pausini, então aos 16 anos, sobe ao palco do 43º Festival de San Remo, na Itália. O ano é 1993 e todos os olhares se voltam para ela, uma garota promissora vinda da comuna italiana de Faença. Em cena, ela canta o que viria a ser seu primeiro grande sucesso internacional, “La Solitudine”.
À primeira vista, parece pequena para o blazer com grandes ombreiras que usa, mas a voz imponente a leva a vencer a categoria de artistas iniciantes. Em pouco mais de um ano, passa a lotar arenas e a vender milhões de discos.
Quase 30 anos dividem essa ocasião e a estreia de “Scatola“, faixa que lançou no fim de janeiro. Na letra, fruto de uma colaboração com a jovem compositora Madame, Pausini se permite iniciar um diálogo com uma versão adolescente de si mesma.
“Ela [Madame] viu um post no meu Instagram em que eu aparecia com meus colegas de escola”, conta, em espanhol, por telefone. “Inspirada nisso, compôs uma música sobre a amizade e me mandou por WhatsApp, exatamente às 12h41 do dia 10 de março. Quando eu a escutei, e conforme a música foi avançando, entendi que o destinatário não eram os meus amigos, e sim eu mesma. Pensei muito no meu eu adolescente e nos sonhos que tinha, mas também no que sou hoje. Foi aí que vi a Laura adolescente e a Laura adulta se encontrando através das memórias”.
A audição da demo coincidiu com a escrita do roteiro de “Laura Pausini: Prazer em Conhecer“, filme para o qual foi escolhida como trilha sonora. Original do Amazon Prime Video, a película tem direção do renomado Ivan Cotroneo e lançamento mundial programado para ainda este ano. Até onde é possível dizer, deve repassar sua história a partir de reflexões ainda desconhecidas pelo grande público.
Hoje aos 47 anos, Laura faz uma análise e diz que se sente muito parecida com a garota vencedora do San Remo, há 30 anos. Nesta terça-feira (2), por exemplo, ela retorna ao festival na condição de convidada especial.
“‘Scatola’ termina dizendo ‘Somos a mesma coisa, somos iguais’ e acho que estas memórias que resgatei podem ser muito profundas se você as conserva bem. Eu mesma só me permiti compreender o quanto sou idêntica ao que era quando tinha 12, 13 ou 16 anos, ainda que reconheça algumas mudanças, quando me permiti revisitá-las”, explica.
O ano de 2021 foi marcado por feitos, entre eles duas indicações ao Oscar e ao Golden Globes. Deste último, saiu vitoriosa.
“Há algumas coisas que são fundamentais na minha personalidade, eu penso muito. Até pouco tempo, não achava meus sonhos tão ambiciosos, mas vejo agora que, na verdade, eles sempre foram. Então, posso dizer que acho que esta nova canção acaba sendo dedicada também a uma amizade porque, de certa maneira, estou me tornando amiga da Laura que fui adolescente”.
Foto: Reprodução/Twitter
Se o ineditismo de suas conquistas parece abrir um novo capítulo na história da mulher italiana, ela busca falar antes da influência que teve de Rafaella Carrà. A cantora e apresentadora italiana, de quem era amiga e fã, faleceu aos 78 anos, em julho de 2021. Não sem antes alçar seu nome ao posto de uma das artistas mais populares da Europa.
Carrà, que ganhou notoriedade ainda na década de 1970 por suas canções e performances efusivas, também se atreveu a desafiar a Igreja Católica ao usar figurinos ousados e a romper com os vícios e propostas indecentes de Hollywood no que tinha tudo para ser uma carreira promissora.
Trilhou outro caminho, ignorando, aliás, os limites geográficos. Terminou sendo a primeira artista pop italiana a cantar em diferentes idiomas, ocupando um estandarte de respeito na televisão. Seu carisma e atitude expandiram a fama para países latinos como Argentina, Peru e Espanha. Tornou-se, nas palavras de Pausini, “uma cidadã do mundo”.
“Para a Raffaella eu faria uma homenagem a cada minuto”, diz, depois de pensar um pouco. “E o faço, na verdade, porque canto o tempo todo as músicas dela. Diariamente, sinto que ela vive dentro de mim através do que tentou ensinar nestes anos todos, especialmente, no que diz respeito a ser uma mulher corajosa e comprometida com o próprio talento. Olhando de fora, parece até que ela teve uma jornada fácil, muito divertida, mas, cotidianamente acaba sendo uma tarefa muito complicada. Imagine uma mulher que tem que batalhar todos os dias contra milhares de obstáculos impostos pela indústria até se tornar conhecida. É ainda mais difícil tendo uma personalidade tão direta, sincera quanto a dela”.
Para a cantora, a admiração que sente parte, principalmente, de um princípio de perseverança. “Acho que todos os famosos tem um pouco sorte, repito esta palavra desde o primeiro dia da minha carreira. Mas a constância, a disciplina com que ela se preparou a nível musical, inclusive dançando e comandando programas de TV, aprendendo idiomas, viajando, sozinha muitas vezes, acaba sendo uma experiência em que a vida não é completamente sua. Raffaella teve uma vida dedicada a se dividir com os outros, onde havia dois lados. Um lado maravilhoso e outro repleto de solidão. É por isso que eu a amo, a admiro e vou adorar a cada dia da minha vida”.
De fato, a Itália nunca saiu da rota do entretenimento de massa. Em dezembro, chegou à Netflix uma adaptação de “A Filha Perdida”, romance escrito pela napolitana Elena Ferrante e estrelado por Olivia Colman. O longa se dedica a narrar dilemas e obsessões ligados à maternidade. Ao ouvir que o filme tem alcançado sucesso semelhante ao de outros títulos da autora como “A Amiga Genial”, Pausini celebrou.
“Fico superorgulhosa em saber que a obra de Ferrante tem chegado tão longe, ainda mais ela sendo ariana, um signo que gosto tanto”, brinca. “Sinceramente, vejo o presente como um momento especial porque são tantas as mulheres mostrando seu talento fora da Itália. Por muito tempo me senti sozinha nessa tarefa”.
Embora as ambições estejam claras, ela prefere dar um passo de cada vez. Há um ano, contou em entrevista a este mesmo site que estava imersa em pastas e arquivos para a escolha do repertório de um novo álbum. Mencionou ter ouvido cerca de 500 canções, enviadas por compositores de diferentes estilos e lugares.
“Isto vou te dizer em português. Escutei tanta coisa, mas sigo trabalhando em músicas novas. Muitas. Sei que por enquanto não estou pronta, devo terminar [o disco] até o fim do ano. Até lá, ouçam ‘Scatola’ e o que eu tenho para dizer”.
A Taboo continua levando suas origens no norte de Minas Gerais para seu som inspirado pelo indie rock brasileiro. Essa união resulta em “Sol do Sertão”, o mais novo single da banda mineira formada por Lucas Nobre (vocal e guitarra), Michelle Marques (guitarra), Max Dias (baixo) e Matheus Leite (bateria).
Elementos regionais ganham a intensidade dos riffs de rock na canção sobre a aridez da vida. A composição retrata a dureza do calor e o suor sertanejo, mas com otimismo e esperança.
A faixa estreia com clipe dirigido por Tomás Gomes. No vídeo, um homem se vê forçado a sair da modernidade da cidade para encarar a beleza e simplicidade do sertão norte mineiro.
“Adentramos no coração do Sertão da nossa região para procurar a locação ideal para o projeto. As imagens foram filmadas em uma casa gentilmente emprestada por dois moradores da zona rural do Norte de Minas”, conta Matheus.
O início de 2022 tem sido bem movimentado para Anitta. Após ser entrevistada e se apresentar no “The Tonight Show”, programa comandado por Jimmy Fallon, a artista assinou com a United Talent Agency (UTA), que agora se torna sua representante global em todas as áreas, exceto no Brasil. Anteriormente, desde 2016, ela era representada pela Warner Music Entertainment (via Variety).
A agência representa muitas das figuras mais aclamadas em filmes, televisão, notícias, música, esportes, palestrantes, teatro, artes plásticas, literatura, videogames, podcasts e outros conteúdos sociais e digitais. Artistas como Rosalía, Mj Rodriguez, Michaela Coel, Lil Wayne, Seth Rogen, Arlo Parks, Elliot Page e mais estão vinculados à empresa. Agora, a cantora faz parte deste grupo.
Na UTA, ela será representada por uma equipe de estrelas que inclui o CEO Jeremy Zimmer , o chefe global de música David Zedeck e Jbeau Lewis. Anitta é gerenciada por Brandon Silverstein, fundador e CEO da S10 Entertainment, e assinou contrato com a Warner Records.
“Estamos entusiasmados em trabalhar com Anitta e sua equipe na S10”, disse Zimmer. “Ela é uma estrela brilhantemente talentosa e carismática, com um senso aguçado do mundo do entretenimento. Sua paixão por trabalhar em vários setores, como música, marcas, moda, televisão e cinema, faz dela uma combinação perfeita para a equipe empreendedora da UTA.”
“Estou muito animada por me juntar a Jeremy Zimmer e toda a equipe da UTA”, acrescentou Anitta. “Estou ansiosa para trabalhar com eles em todos os aspectos da minha carreira ao lado do meu gerente Brandon Silverstein e da S10 Management.”
Na semana passada, a carioca lançou “Boys Don’t Cry”, que recentemente entrou no Top 50 das rádios Pop estadunidenses, feito inédito para a cantora. A faixa estará em “Girl From Rio”, próximo disco da artista.
Durante a entrevista, eu comento com Sebastián Yatra que “Dharma” é seu álbum de liberdade. Ele concorda e, em seguida, pede licença dizendo: “Preciso fazer um tuíte com essa palavra”. Com milhões de seguidores, parece interessado em explorar significados e minúcias.
Lançado na última sexta-feira (28), seu novo projeto reúne 17 canções que passeiam por diferentes gêneros musicais. Se na faixa título, uma colaboração com os já consagrados Jorge Celedón (COL) e Rosário (ESP), ele mistura vallenato e flamenco, em “Quererte Bonito” o violão cria uma atmosfera agridoce, perfeita para uma balada.
Pule para a faixa seguinte, “Tacones Rojos”, e encontre o frescor das pistas eletrônicas da Europa. Alguns passos mais adiante e “Las Dudas”, com Aitana (ESP), revela um peculiar encontro com o rock, aqui mesclado em suas vertentes hispânica e norte-americana. É claro que ele faz do próprio jeito, mas cita The Weeknd como precursor.
Ao encerrar a jornada com “Pareja Del Año”, parceria com Myke Towers, o ouvinte é convidado a dançar um reguetón.
A liberdade, de fato, se estende aos sons elegidos e ao amor, cantado a plenos pulmões sob diferentes ângulos. É ele quem rege esta narrativa de encontros e desencontros e é tema desta entrevista. Por telefone, o cantor falou sobre maturidade, intermináveis buscas sonoras e o sucesso que vem conquistando nos últimos anos ao ponto de ser considerado um dos grandes artistas do pop mainstream exportado pela Colômbia.
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Papelpop: Você batiza o novo disco como “Dharma”, uma palavra em sânscrito que remete a elevação espiritual, alcance da verdade, compreensão espiritual. O que há por trás dessa escolha?
Sebastián Yatra: Por trás de ‘Dharma’ há muito amor, sentimentos de todo tipo e isso é belíssimo porque fiz um disco baseado em minha realidade. O conceito de ‘dharma’ [termo em sânscrito] é justamente o de “aceitar a realidade existente ao redor”, então, quando o anunciei escrevi que tinha colocado em cada uma das canções emoções como raiva, medo, dor, angústia, felicidade, esperança, fé, entusiasmo, alegria. Existe uma mistura de coisas benéficas e outras malignas e isso, ao meu ver, se refletiu nas faixas. Há músicas que se voltam para emoções muito específicas e que se conectam a ritmos e elementos que dependem do tipo de mensagem que decidi empregar, que queria contar.
O rock vem dessa força motriz que se encontra na raiva? Digo isso porque “Las Dudas”, sua parceria com Aitana, é um pop punk bem tradicional e cumpre tanto essa função de conector, como também a de trazer diversidade ao projeto.
Acho que sim. Para escrever esta música eu usei algumas referências específicas como o [grupo argentino] Soda Stereo, mas também uma banda espanhola chamada Estopa e outra mexicana, Molotov, que é bem intensa. Foquei bastante no rock latino-americano e no rock espanhol. Eles são bem ‘pesados’ no quesito composição, em alguns momentos cheguei a pensar ‘Olha, isso não soa exatamente como eu soaria’, então fiz meio que um protesto e segui por um viés mais pop, mais suave e próximo do que significa minha essência. Já na hora de gravar e produzir, pensamos no rock clássico norte-americano, além de trazer Aitana, que acaba de lançar um disco inspirado nesta estética. Ela deu um toque especial ao todo. Acho que as pessoas vão gostar bastante.
Do início ao fim me parece um disco feito por alguém apaixonado, não importa por que ou quem, especialmente em se tratando da faixa-título. Você faz uma colaboração com Jorge Celedón, que é um ícone do vallenato, e Rosario, que por sua vez convoca as batidas do flamenco. Como tem visto essa atualização de discursos, de linguagens sonoras consideradas tradicionais, que cada vez mais tem tido aderência por parte de nomes do pop colombiano?
Eu gosto muito, particularmente. E tenho a impressão de que [ao empregar estes ritmos] faço uma viagem musical por outros países também, como é o caso do flamenco, que divide a cena com o vallenato em ‘Dharma’, a faixa-título. A participação de Rosário é muito importante neste sentido. Em ‘Amores Pasajeros’, por sua vez, nós fizemos uma cumbia, que é essencialmente colombiana. Também puxamos referências do rock argentino, mexicanos e espanhol, de bandas que marcaram época. É como se a música pudesse agarrar uma série de riquezas de várias épocas distintas e trouxesse isso até o presente, as pessoas valorizam isso, como valorizam o folclore e os acordes que se distinguem um pouco desta etapa musical em que tudo era básico. Me parecia que quanto menos musicalidade tinha uma canção, mais as pessoas gostavam e agora uma quantidade significativa de ouvintes pede o inverso. Estava ontem mesmo passeando pelo Top 50 do Spotify na presença de amigos e me impressionou como voltou à tona o uso do baixo tocado ao vivo. Não é nada programado, etc. É encantador, supercool.
Por ser um disco apaixonado, há frases e versos que remetem, ainda que inesperadamente, à estética clássica das rádios dos anos 1980 e 1990. O romantismo dessa época, quase magnético, tem algo de especial, não concorda? É bastante frutífero para os músicos…
Totalmente! “Basicamente”, canção que se enquadra nisso que você se refere e abre o disco, por exemplo, nasceu em um momento de certa solitude, só comigo ao violão e a partir de um poema muito bonito. Para mim, a grande magia contida nesta letra está nos versos iniciais que dizem… [ele para e canta] “Luna está sola/tenía un planeta y le paseaban las horas/no era la única en su mar/y es que amar es difícil cuando hay alguién más/Venus le dijo/’No te mereces que hagan eso contigo”. Em seguida, quando entra o refrão você abraça as referências que trouxemos dos anos 1980 de forma mais clara, mas essa música bebe muito na fonte do que outros colegas têm feito nos últimos anos, é o caso do The Weeknd. É uma canção que propõe pensar os sentimentos de verdade. O que eu posso dizer sobre este álbum, Guilherme, é que ele foi feito sem pretensão alguma. Começamos fazendo música que gostávamos, música capaz de me fazer sentido apaixonado, disposto a trabalhar. “Tacones Rojos”, por exemplo, eu a compus no início deste ano me referindo a uma emoção particular e gostaria de compartilhar algo que queria expressar, não necessariamente às pessoas, mas no âmbito pessoal mesmo. Mas acabou gerando uma grande identificação por parte do público, por ser tão honesta.
Pode-se dizer também que este é um disco sobre liberdade.
Sim, exatamente! Preciso fazer um tuíte [ele pega o celular e escreve].
Por falar em honestidade… o que significa se colocar em posição de “melancólico anônimo”? É uma maneira de brincar com isso da desilusão?
Veja bem. Desde pequeno eu sou bem dramático ao compor minhas canções. Sempre escrevi sobre desilusões e todos esses temas relacionados ao amor. Mas agora vejo que essa pulsão criativa se apresenta de uma forma mais real, escuto letras que dizem coisas do tipo ‘Morro por você’ e não gosto. Você não vai morrer por alguém e essa espécie de ‘hiperromantismo’, tampouco, me parece levarnos a algum lugar. Mas ‘Melancolicos Anonimos’ surgiu logo de cara como uma forma divertida e graciosa de abordar um tema presente na vida de muita gente que é a nossa relação com os nossos terapeutas, com os nossos analistas, ou mesmo com os nossos amigos, que nos ouvem e ajudam a encarar uma série de problemas. Ela resgata a integridade desse processo de superação, de todo esse processo que vai da tomada de consciência até as recaídas, ao ponto em que conhece outras pessoas. Você acertou, não quis assumir esse ponto de vista dramático, triste, mas sim o lado cômico. O vídeo ajuda a simbolizar bem essa ideia de que ninguém se salva disso [risos].
Ia falar justamente disso. Sinto que existe uma complexidade um pouco maior nos temas em que você aborda. O eu-lírico está muitas vezes em confusão, a tensão romântica perpassa várias canções… Ao abraçar tantas perspectivas e cantar até mesmo aquilo que não está bem claro, sente que está mais maduro enquanto compositor?
Hoje vejo a vida em muitos tons de cinza, é natural que em certo momento você deixe de ver tudo em preto e branco. Os pensamentos e as histórias acabam se tornando mais complexos, já não é tão mais fácil dizer que se sente isso ou aquilo, ou dizer apenas que sim ou que não. O ser-humano, à medida que vai envelhecendo, vai mudando a própria cabeça e você precisa ser honesto ao se expressar. Chega um ponto também em que nos cansamos e tomamos decisões que nos libertam, nos fazem conectar com as nossas essências, com outros níveis de consciência. O que acho espetacular. Não dá pra dizer ou fingir que não existiu toda uma parte nebulosa antes, e não dizer que você se percebeu em outras fases da vida, que isso gerou canções.
Não posso me despedir sem citar o sucesso de “Encanto”. Acabo de ver que “We Don’t Talk About Bruno” conquistou vários feitos no Reino Unido, as previsões de charts também são excelentes para os Estados Unidos… na versão em espanhol você canta “Dos Oruguitas” e, certamente, deve estar muito feliz com a repercussão. Esperava que tivesse todo esse êxito, especialmente em se tratando de um filme não hegemônico, que evoca tanto amor e respeito pela Colômbia?
Desde a primeira vez em que ouvi falar de ‘Encanto’ me percebi completamente apaixonado. Por isso digo hoje que fazer parte deste projeto foi uma das coisas mais bonitas que a vida me permitiu viver. Obviamente, eu evito criar esperanças de que um filme ou um disco em que esteja envolvido vai conseguir um sucesso fenomenal como está acontecendo, mas acredito agora que isto está apenas começando. Por exemplo, hoje é dia 21 de janeiro e o filme estreou na Disney+ há pouco mais de duas semanas, então, pensar a quantidade de crianças que a está assistindo ininterruptamente e a mensagem que carrega em si é pensar também no viés da realidade. Não se trata de uma história sobre príncipes e princesas, e sim de uma família comum e como se sente seu membro mais “normal”, por assim dizer. Em certa altura, cada um de nós vai perceber, como no filme, que a magia está dentro de cada um – e isso é muito simbólico.